Nuamces na Mídia

 

Publicado no Jornal Conceito
A Bela e/ou a Fera

Embora o título nos lembre o conhecido romance escrito por Jeanne Marie Le Prince, não vamos tratar aqui de nenhum conto de fadas, mas sim de uma realidade vista nos bastidores da cirurgia plástica.

A busca pelo belo é um movimento constante que permeia a mente humana, identificado desde os tempos remotos com a mesma intensidade do momento atuaI, entretanto com manifestações especificas para cada época. Humildes, excluídos, sábios ou limítrofes, todos tem uma maneira de se relacionar com a beleza, daí as múltiplas ideias do belo. A beleza está nos olhos de quem vê, vem de dentro pra fora ou de fora pra dentro, independente da ideia, o desejo de se possuir o belo, integra toda e qualquer definição. O belo dá prazer, e prazer é um sentimento que se busca incondicionalmente. Possuir o belo, é querer ter aquilo que se acha bonito, próximo ou em si, objetivando prazer pela contemplação própria ou do outro.

A cirurgia plástica apresenta-se como uma ferramenta nessa seara, podendo transformar formas indesejadas e contornos mais contemplativos, trazendo o belo desejado pra si, entretanto, com os limites naturais existentes em qualquer transformação. E são esses limites que podem transformar a bela em uma fera quando o profissional envolvidó não os aponta. Podemos nos deparar com duas situações distintas: a bela e fera, ou seja, aquela que procura a cirurgia para uma corrigir algo que incomoda, consegue êxito no resultado tomandose bela, contudo, transforma-se em uma fera, pois longe de atender suas expectativas, a cirurgia por melhor que tenha ficado não conseguiu transformar suas frustrações psíquicas que equivocadamente foram depositadas naquele segmento corporal, e mesmo bela toma-se fera; a bela ou fera, aquela que procura, a cirurgia, que realmente necessita da intervenção e dela se beneficia, entretanto, com expectativas irreais em relação aos limites do procedimento, apesar da melhora proporcionada se decepciona pois não tão bela, mas fera.

Estas situações são muito comuns nos dias atuais nos consultórios de cirurgia plástica, e muito dramáticas para ambos, o paciente enraivecido e o médico decepcionado. Todos têm perdas emocionais imensuráveis, por isto sempre o melhor caminho é um bom diálogo durante a avaliação, onde o cirurgião tem o dever de informar os limites e consequências do procedimento de forma sincera, inclusive contra-indiciando - o se necessário for. Nunca se paute por periódicos populares mostrando antes e depois de forma sensacionalista, promessas irreais maquiadas por "foto shops" que alguns profissionais infelizmente utilizam com puro objectivo mercantilista.

A cirurgia plástica sem duvida nenhuma é capaz de contribuir com a busca incessante do belo, mas fique atenta, não se deixe levar por anúncios fantasiosos, procure sempre um profissional que lhe inspire confiança, que tenha referencia, que discuta com seriedade seus apontamentos, desconfie sempre de promessas de perfeição plena, só assim
teremos menos feras e mais belas.

 

Publicado no site www.diarioweb.com.br

Paciente recebe pele de porco de R$ 16 mil em transplante

A Santa Casa de Rio Preto fez ontem a primeira cirurgia de transplante de pele. O procedimento foi realizado pelo cirurgião plástico Arnaldo Almendros Mello e durou cerca de 30 minutos. A pele artificial desenvolvida pela empresa japonesa Gunze Limited é composta de colágeno porcino (de porco) e custa R$ 2 mil cada centímetro.

De acordo com a representante da empresa, a enfermeira Maria Aparecida Calmaço, a pele de porco é a que mais se aproxima da pele humana. “A derme é 99% semelhante”, afirma a enfermeira. A película natural de colágeno funciona como uma matriz de regeneração dérmica e diminui o tempo de cicatrização.
“Um paciente com queimaduras voltará a ter movimentos normais, o que não acontece no caso de uma regeneração comum.”

O médico afirma que a matriz consegue integrar-se à derme em, no máximo, 20 dias. “E não há chance de rejeição.” O paciente, Fernando José dos Santos, 35 anos, havia sofrido queimaduras de 3º grau no braço esquerdo após uma crise convulsiva. “Estava fazendo café e depois da crise desmaiei em cima das chamas no fogão. Só acordei depois da internação e com muita dor.”

Ele ganhou a cirurgia da Santa Casa após a doação da película, feita pela empresa SPIntervention, representante da empresa japonesa no Brasil. “ Foi um presente de Deus”, disse Santos. Para a cirurgia foram necessários ao todo oito centímetros da pele artificial, ou R$ 16 mil. “Falta apenas um estudo do SUS para viabilizar a compra desse material”, afirmou o cirurgião Arnaldo Almendros.